Esqueça o Thanos: a nova ameaça da Marvel age em silêncio

Ela chegou dando poucos sinais. Se você piscou, ela já mudou o tabuleiro. Valentina Allegra de Fontaine, brilhantemente interpretada por Julia Louis-Dreyfus, pode não ter superforça, raio laser ou tecnologia alienígena, mas o que ela tem é influência, e paciência.
Nos quadrinhos, Valentina apareceu pela primeira vez como uma agente da S.H.I.E.L.D., muito próxima de Nick Fury – com quem teve, inclusive, um relacionamento amoroso de longa data. Já no MCU, a Marvel plantou sua figura sombria aos poucos, e quem prestou atenção percebeu: ela está formando algo. E não é por bondade. Mesmo sem superpoderes, ela, dotada de influências políticas terrenas, representa uma ameaça tangível, quase institucional, e talvez por isso mesmo mais perigosa que o alienígena de cor púrpura, que, a essa altura, muita gente já devia ter superado.
Valentina Allegra de Fontaine não tem pressa. Ela entra em cena com a mesma elegância de quem já sabe que está vencendo – não pela força, mas pela frieza. Nos bastidores do MCU, o que se comenta é que Julia Louis-Dreyfus trouxe uma camada de inteligência passivo-agressiva à personagem que nem os roteiros previram por completo. A Marvel, acostumada a vilões gritados ou gloriosos, agora lida com uma ameaça de salto fino, olhos semicerrados e um sorriso que você nunca sabe se é de cortesia ou ameaça. Enquanto muitos personagens surgem explicando planos, Valentina apenas sugere, e isso é muito mais perigoso.
Seu veneno tem gosto de citação elegante, charme calculado e humor gelado. Mas não é engraçado. Ou melhor, só é engraçado pra gente, nunca pra quem está em cena com ela. Os alvos de Valentina são pessoas reais, instáveis, frágeis. A comédia não está na fala, mas no contexto. Ela manipula soldados traumatizados e órfãs vingativas como quem serve taças em uma festa diplomática. E por trás disso tudo está Dreyfus, uma das maiores comediantes da televisão americana, agora usando a mesma precisão cômica que a consagrou para gerar desconforto, e não alívio. A ironia? A Marvel a escala justamente por ser carismática. E ela entrega uma figura que você não consegue odiar... mesmo sabendo que deveria.
Eu me lembro de acordar cedo todos os dias pra ver As Novas Aventuras de Christine, primeiro no Warner Channel e depois no SBT, como se fosse um ritual doméstico entre o café da manhã e os exercícios obrigatórios da escola. Dreyfus tinha aquele tipo de humor que parecia casual, mas carregava sempre uma pontinha de desespero, como se a piada estivesse sempre encobrindo uma frustração mal resolvida. E talvez seja justamente isso que ela trouxe para Valentina: o desconforto cômico de alguém que ri por cima de alguma coisa que, lá no fundo, a gente sabe que é bem mais séria do que parece...
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"Thunderbolts*" (Imagem: Divulgação/Marvel Studios.) |
Valentina Allegra de Fontaine não tem pressa. Ela entra em cena com a mesma elegância de quem já sabe que está vencendo – não pela força, mas pela frieza. Nos bastidores do MCU, o que se comenta é que Julia Louis-Dreyfus trouxe uma camada de inteligência passivo-agressiva à personagem que nem os roteiros previram por completo. A Marvel, acostumada a vilões gritados ou gloriosos, agora lida com uma ameaça de salto fino, olhos semicerrados e um sorriso que você nunca sabe se é de cortesia ou ameaça. Enquanto muitos personagens surgem explicando planos, Valentina apenas sugere, e isso é muito mais perigoso.
Seu veneno tem gosto de citação elegante, charme calculado e humor gelado. Mas não é engraçado. Ou melhor, só é engraçado pra gente, nunca pra quem está em cena com ela. Os alvos de Valentina são pessoas reais, instáveis, frágeis. A comédia não está na fala, mas no contexto. Ela manipula soldados traumatizados e órfãs vingativas como quem serve taças em uma festa diplomática. E por trás disso tudo está Dreyfus, uma das maiores comediantes da televisão americana, agora usando a mesma precisão cômica que a consagrou para gerar desconforto, e não alívio. A ironia? A Marvel a escala justamente por ser carismática. E ela entrega uma figura que você não consegue odiar... mesmo sabendo que deveria.
Eu me lembro de acordar cedo todos os dias pra ver As Novas Aventuras de Christine, primeiro no Warner Channel e depois no SBT, como se fosse um ritual doméstico entre o café da manhã e os exercícios obrigatórios da escola. Dreyfus tinha aquele tipo de humor que parecia casual, mas carregava sempre uma pontinha de desespero, como se a piada estivesse sempre encobrindo uma frustração mal resolvida. E talvez seja justamente isso que ela trouxe para Valentina: o desconforto cômico de alguém que ri por cima de alguma coisa que, lá no fundo, a gente sabe que é bem mais séria do que parece...
Mas há algo desconcertante em como Dreyfus foi escalada. É quase como se o MCU tivesse cometido um deslize genial: ao invés de inserir mais uma figura superpoderosa, trouxeram uma atriz com timing impecável e rosto familiar para arquitetar, com falas mínimas e pausas calculadas, o pior lado da política e da espionagem. O fato de ela não ter um único poder físico a torna ainda mais ameaçadora, porque sua arma é a narrativa. Ela distorce os fatos, manipula o emocional, sabe quando oferecer um ombro e quando empurrar alguém do penhasco. E o público, cúmplice involuntário, assiste com atenção e medo. É o humor da crueldade refinada.
Ela aparece primeiro na série Falcão e o Soldado Invernal (2021), deslizando por um corredor vazio até o emocionalmente quebrado John Walker, ex-Capitão América. Ela não oferece consolo, mas oportunidade – e uma frase afiada: “O escudo não pertence ao governo. Legalmente falando, é uma zona cinzenta.” Essa zona cinzenta se torna sua zona de conforto. Em Viúva Negra (2021), na cena pós-créditos, ela manipula o luto de Yelena no túmulo de Natasha para plantar ódio e engajamento: mostra a foto do Gavião Arqueiro e planta sua próxima arma. Já em Pantera Negra: Wakanda Para Sempre (2022), Valentina já nem esconde: agora diretora da CIA, ela está casada com o Estado. “Você imagina o que eu daria para o vibranium cair em mãos americanas?” – e a gente percebe que o plano dela nunca foi montar um time, mas um sistema.
Esse crescimento sutil, em camadas, transforma Valentina numa das figuras mais perigosas do MCU. Porque, diferente de Thanos, que fala sua filosofia de forma quase religiosa, ela sussurra em salas de reunião. E quando alguém como Julia Louis-Dreyfus é escalada para interpretar essa figura, o humor vira máscara. A personagem escapa das convenções de vilania tradicional e entra num campo mais insidioso: o da persuasão, da dúvida, do carisma como ferramenta de guerra. E isso nos assusta, porque é real demais. Não é preciso poder para destruir uma instituição, basta vontade, influência e bons contatos.
Atualmente, o MCU está virando a página entre a Fase 5 e a Fase 6. Thunderbolts* (2 de maio de 2025) fecha as cortinas da fase atual com uma equipe de anti-heróis sob comando duvidoso, enquanto O Quarteto Fantástico: Primeiros Passos (25 de julho de 2025) promete abrir oficialmente a próxima etapa – e, quem sabe, redefinir o tabuleiro inteiro.
Ela aparece primeiro na série Falcão e o Soldado Invernal (2021), deslizando por um corredor vazio até o emocionalmente quebrado John Walker, ex-Capitão América. Ela não oferece consolo, mas oportunidade – e uma frase afiada: “O escudo não pertence ao governo. Legalmente falando, é uma zona cinzenta.” Essa zona cinzenta se torna sua zona de conforto. Em Viúva Negra (2021), na cena pós-créditos, ela manipula o luto de Yelena no túmulo de Natasha para plantar ódio e engajamento: mostra a foto do Gavião Arqueiro e planta sua próxima arma. Já em Pantera Negra: Wakanda Para Sempre (2022), Valentina já nem esconde: agora diretora da CIA, ela está casada com o Estado. “Você imagina o que eu daria para o vibranium cair em mãos americanas?” – e a gente percebe que o plano dela nunca foi montar um time, mas um sistema.
Esse crescimento sutil, em camadas, transforma Valentina numa das figuras mais perigosas do MCU. Porque, diferente de Thanos, que fala sua filosofia de forma quase religiosa, ela sussurra em salas de reunião. E quando alguém como Julia Louis-Dreyfus é escalada para interpretar essa figura, o humor vira máscara. A personagem escapa das convenções de vilania tradicional e entra num campo mais insidioso: o da persuasão, da dúvida, do carisma como ferramenta de guerra. E isso nos assusta, porque é real demais. Não é preciso poder para destruir uma instituição, basta vontade, influência e bons contatos.
Atualmente, o MCU está virando a página entre a Fase 5 e a Fase 6. Thunderbolts* (2 de maio de 2025) fecha as cortinas da fase atual com uma equipe de anti-heróis sob comando duvidoso, enquanto O Quarteto Fantástico: Primeiros Passos (25 de julho de 2025) promete abrir oficialmente a próxima etapa – e, quem sabe, redefinir o tabuleiro inteiro.
Thunderbolts* Trailer Dublado
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